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sexta-feira, 30 de outubro de 2015
Mapas de grande escala de áreas restritas
Mapeamento em regiões com poucas exposições
sexta-feira, 16 de outubro de 2015
Cálculo de espessura e profundidade de feições geológicas
Muitas vezes o geólogo se depara com a necessidade
de fazer cálculo de espessura e profundidade de feições geológicas, partindo de
dados de afloramentos. Veja, a seguir, como fazê-las.
1. Cálculo de espessura: varia com as diferentes situações das feições geológicas (camadas, estratos...), quando são horizontais ou inclinadas.
a) Quando a feição geológica (camada, estrato...) é horizontal:
b) Quando a feição geológica é inclinada. podem ocorrer três situações:
b.1 - A superfície do terreno (topografia) é horizontal:
b.2 - A superfície do terreno é inclinada no mesmo sentido da feição geológica:
b.3 - A superfície do terreno é inclinada no sentido contrário ao da feição geológica:
2. Cálculo da profundidade: são três situações distintas, como se verá a seguir.
a) Quando a feição geológica é inclinada e a superfície do terreno é horizontal:
b) Quando a feição geológica e a superfície do terreno são inclinadas em sentidos opostos.
c) Quando a feição geológica e a superfície do terreno são inclinadas no mesmo sentido:
Material estraído e modificado de: MATTA, Milton. Geologia Estrutural Prática. Belém : Universidade Federal do Pará, Departamento de Geologia, apostila.
terça-feira, 6 de outubro de 2015
Declinação da bússola de geólogo
Qualquer bússola de rumo fornece leituras em relação ao Polo
Norte Magnético, porém, a cartografia universal, inclusive os mapas
geológicos, são orientados em relação aos polos geográficos. Para que a bússola forneça leituras em relação às coordenadas
geográficas, faz-se necessário descontar o valor angular da declinação
magnética. Uma bússola que fornece leituras em relação aos polos geográficos
chama-se bússola declinada.
A bússola de geólogo possui um limbo móvel graduado que
permite sua declinação . Para tal, basta girar este limbo através do
parafuso de ajuste em direção ao Leste da bússola (se a declinação for para
Oeste, como é o nosso caso) ou para Oeste (se a declinação for para Leste) na quantidade de graus
igual à da declinação magnética do local.
As imagens a seguir mostram: bússola não declinada e bússola declinada em -22º, que corresponde à atual declinação magnética na região de Paracatu.
![]() |
Bússola não declinada |
quinta-feira, 1 de outubro de 2015
Métodos de Mapeamento Geológico
O mapeamento geológico envolve a realização e o registro de
observações geológicas para a produção de mapas geológicos. Entretanto, os
dados disponíveis são limitados por falta de rochas expostas, tornando
inevitável a interpretação por parte do geólogo de campo.
Um mapa
de reconhecimento é baseado em menos observações do que um mapa regional,
porém ambos devem ser feitos com o mesmo cuidado e objetividade. Às vezes, é
necessário misturar métodos para adaptar-se às condições diferentes partes de
uma área, ou até mesmo criar métodos próprios.
Estratégias para o programa de
mapeamento
Nos
primeiros dias de campo, geralmente se faz um trabalho de reconhecimento para
obter uma primeira impressão:
•
dos
tipos de rochas presentes;
•
da
estrutura geral do terreno;
•
das
questões de topografia, onde existem exposições de rochas, itinerários, acesso
e assim por diante.
Planeje
essas saídas com antecedência, para conseguir usar da melhor maneira as trilhas
e as estradas mostradas no mapa, evitando a perda de tempo tentando
localizar-se para atravessar a vegetação densa. Os rios podem ter boas
exposições de rochas, porém solos mais elevados podem resultar em panoramas
melhores da geologia da área.
Mapeamento por rastreamento de
contatos
Uma formação
pode ser composta por uma associação de rochas que, coletivamente, possuem
alguma característica distinta, que faz com que ela seja reconhecida ao longo
da região que está sendo mapeada.
Não há um
único jeito subdividir as rochas de uma região em formações: depende da análise
do geólogo e da escala do mapeamento. Raramente as formações são compostas de
uma única litologia.
Nos mapas
geológicos, são desenhadas linhas para mostrar os limites das formações
individuais (contatos). O objetivo principal de mapear a geologia é traçar os
contatos entre rochas de diferentes formações, grupos e tipos e mostrar em mapa
onde eles ocorrem.
Uma maneira
de fazer isto é seguir um contato ao longo do terreno, mas os contatos
geralmente não são continuamente expostos e têm de ser inferidos. Algumas
vezes, os contatos podem ser melhor seguidos em fotografias aéreas: as
fotografias mostram pequenas mudanças na topografia e na vegetação que não
podem ser detectadas no terreno.
Uma vez
rastreado nas fotografias, confira a posição do contato no campo nos seus
pontos mais acessíveis. Mesmo quando todas as evidências possíveis são levadas
em conta, geralmente ainda permanecem interpretações da posição dos contatos.
Navalha
de Occam[1]:
desenhamos o contato
com a forma mais simples para adequar-se aos nossos dados. Onde quer
que as rochas sejam vistas em contato, mostre o limite com uma linha contínua
no mapa e marque cada lado da linha com um lápis colorido adequado para aquelas
rochas. Onde os contatos são inferidos, ou interpolados por métodos
geométricos, mostre o limite como uma linha tracejada.
Mapeamento por caminhamento
É um bom método
de controlar o seu progresso na região, para que não tenha que partir do zero
toda vez que fizer uma observação em uma exposição. É um método de palmilhar o
terreno em detalhe. Basta seguir uma rota mais ou menos predeterminada de um
ponto a outro do mapa, plotando a geologia do percurso.
Deve ser
planejado para atravessar as unidades geológicas básicas. Deste modo, é muito
usado no trabalho de reconhecimento: procura-se fazer caminhamentos
aproximadamente paralelos, em intervalos amplamente espaçados; os contatos e as
outras feições são extrapolados entre os caminhamentos. O GPS é de grande
ajuda.
Porém,
torna-se complicado em regiões onde as rochas têm mergulho acentuado e a confiabilidade
diminui quando as estruturas tornam-se mais complexas.
O método do
caminhamento pode ser útil no início de um projeto de mapeamento, em que as
observações obtidas em linhas com direções gerais podem revelar uma variedade
de litologias presentes na área.
Pode ser
usado em mapeamento de detalhe apenas quando as rochas são bem expostas.
Se quiser
mudar a direção de um caminhamento, marque o seu ponto de retorno no terreno
com algo que possa localizar mais tarde: marque feições no terreno. Em
caminhamento curtos, plote a geologia por meio de medição de passos e
ressecção.
Caminhamentos controlados
Se os
caminhos não forem rigorosamente controlados, os erros de levantamento
acumulam-se. Se um caminhamento é feito em trechos com orientações da bússola,
é aconselhável começar e terminar em pontos conhecidos, ou fechar o
caminhamento retornando ao ponto de partida.
Quando
plotar essa poligonal “fechada”, verá que a última orientação não cairá
exatamente onde deveria, devido ao acúmulo de pequenos erros de medição de direção
e distância. Esse erro de fechamento deve ser corrigido, distribuindo-o
por toda a poligonal, não adulterando o último trecho.
Como uma
secção complexa com bússola sempre precisa de correção, não registre a geologia
diretamente no mapa em campo. Plote levemente os trechos do caminhamento de um
ponto de deflexão a outro em seu mapa, mas registre os detalhes na caderneta,
bem como um esboço em uma escala exagerada.
Para
levantamentos em linha, trace duas linhas paralelas no centro da página da caderneta
e utilize a seguinte técnica:
•
use
a coluna central como se ela fosse a linha do caminhamento,
•
registre
a distância de cada observação a partir do ponto de deflexão ao longo dela e mostre
a geologia de ambos os lados.
Mapeamento por seções transversais ao
longo de caminhamentos em linhas
A maior
vantagem de desenhar seções em campo é que os problemas vêm à tona
imediatamente e podem ser logo investigados. Se possível, faça as seções em
papel milimetrado. Para caminhamentos em linhas são muito úteis as encostas e
as cristas dos morros, os rios e as estradas.
Os rios oferecem boas exposições,
principalmente em áreas montanhosas; em florestas densas, talvez sejam os
únicos locais onde é possível localizar-se.
As cristas são excelentes locais de
caminhamentos e são facilmente identificadas. As direções são geralmente boas.
Em áreas sedimentares, tendem a seguir a direção das camadas.
As encostas, entre as cristas e os rios,
fornecem informações sobre a sucessão.
As rodovias são muito úteis em trabalho de
reconhecimento e uma excelente maneira de iniciar um mapeamento de detalhe. Em
regiões montanhosas, as rodovias normalmente apresentam excelentes exposições,
às vezes contínuas. Rodovias sinuosas podem expor repetidamente uma ou mais
unidades rochosas.
Mapeamento
de exposições
É o método
de mapeamento mais utilizado em trabalhos nas escalas 1:10.000 ou maiores.
A extensão
de cada exposição é indicada no mapa colorindo-o com lápis de cor, ou também
limitando a exposição com uma linha ao redor dela. Devem ser marcados os
limites de exposições muito grandes: contorne a exposição e mapeie dentro dela.
Se necessário, desenhe na caderneta um esboço de mapa de grande escala.
Se grupos de
exposições são parte do mesmo afloramento levemente cobertos pelo solo, devem
ser marcados como uma única exposição. Assinale exposições pequenas e isoladas
com um ponto contendo uma observação ou um símbolo ao lado para indicar sua
natureza. Cuidado com exageros de escala.
O mapeamento
de exposições mostra a evidência dos fatos na qual é baseada a sua
interpretação da geologia: mostra o você viu, e não o que inferiu.
À vezes você
terá que usar vários métodos, em diferentes partes de uma grande área de
mapeamento.
[1] Do
filósofo inglês William de Occam (1285-1347): É um princípio científico e
filosófico que propõe que, entre hipóteses formuladas sobre as mesmas evidências,
é mais racional acreditar na mais simples. Ou seja: diante de várias
explicações para um problema, a mais simples tende a ser a mais correta.
Material
extraído de: BRABHAM, LISLE e BARNES, J. Mapeamento geológico básico: guia
geológico de campo. Porto Alegre : Bookman, 2014.
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